É brincando que se aprende

A importância do brincar para o desenvolvimento infantil

É por meio das brincadeiras que a criança emerge no processo de aprendizagem, facilitando a construção da autonomia, reflexão e criatividade. Dessa forma, a criança se desenvolve integralmente, abrangendo os âmbitos sociais, afetivos, culturais, cognitivos, emocionais e físicos. Portanto, as brincadeiras são vitais para o desenvolvimento infantil. 

3 etapas fundamentais da brincadeira, segundo o desenvolvimento da criança 

O brincar é uma das formas de despertar na criança habilidades que ela mesma desconhece. Ao brincar a criança explora o mundo e aumenta sua capacidade de perceber a si e ao outro. 

De acordo com a Equipe SEB, do site Novos Alunos, de 0 a 2 anos de idade, a criança participa do que chamamos de Jogos de Exercício. Nessa etapa, a criança está adquirindo suas competências motoras e desenvolvendo autonomia. Ela demonstra alegria ao imitar a fala e demanda que os adultos a coloquem no chão. Também revela prazer ao descobrir seu corpo através dos sentidos. E assim, as brincadeiras da criança se desenvolvem em torno da exploração dos objetos através dos sentidos e é essencial ter cuidado com artefatos pequeninos, que as crianças tendem a inserir nas narinas, na boca e nos ouvidos! Com os chamados “jogos de manipulação”, a criança fortalece a autoestima. 

Entre os 2 e os 7 anos de idade, a simbologia passa a exercer um papel fundamental nas brincadeiras da criança. Daí a preferência por fantoches, desenhos, histórias e “faz de conta”. Nessa fase, a criança já é capaz de produzir imagens mentais e, com a fala, substitui objetos por símbolos. Através desta simbologia, a criança compreende os papéis sociais que integram sua cultura, como o do pai, da mãe, professores, irmãos, entre outros. 

A partir dos 7 anos de idade, a criança passa a ter um entendimento melhor sobre seguir regras. Daí a importância de brincadeiras e jogos nos quais a criança desenvolva estratégias para tomar decisões. Desse modo, as crianças interagem socialmente, descobrindo que não são os únicos sujeitos envolvidos nas ações, desenvolvendo a empatia e a capacidade de entender os objetivos de outras pessoas. 

Observando as brincadeiras

Um ponto importante nesse processo é assistir sua criança brincando. Nesses momentos você pode descobrir como ela pensa, o que ela está aprendendo e como o mundo, incluindo você, está influenciando-a. A janela primordial para esse crescimento são as brincadeiras. 

Diante de tantas ofertas de brinquedos pedagógicos e materiais educativos, é comum que os pais se sintam desorientados sobre o que é mais saudável para os pequenos. 

Porém, não há fórmula mágica: cada criança possui um desenvolvimento singular. Cabe aos adultos estimularem a imaginação dos pequeninos, questionando-os e incentivando-os a encontrar soluções para os problemas que surgirão. Por isso, procure instigar seu filho a trilhar seu próprio caminho e se envolver nas brincadeiras!  

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A experiência "Bebê X" 

Na década de 1970, a psicóloga Phyllis Katz realizou o que hoje chamamos de experiência "Bebê X". Ela colocou três brinquedos em um quarto: uma bola de futebol, uma boneca de menina e um brinquedo de gênero neutro. Ela vestiu uma criança de três meses de idade com um macacão amarelo sem adornos e trouxe vários adultos (os sujeitos do experimento) para o quarto para conhecer o bebê. Alguns dos adultos foram informados de que o bebê era uma menina chamada Maria; outros foram informados de que o bebê era um menino chamado João. A maioria dos adultos que pensaram que o bebê era uma menina deram-lhe a boneca para brincar. A maioria dos que acreditavam que o bebê era um menino deram-lhe a bola de futebol.

Debate

O estudo Bebê X provocou muita discussão acalorada sobre estereótipos de gênero. No entanto, quando a Dr. Katz repetiu a experiência 10 anos depois, ela obteve os mesmos resultados. Além do mais, apesar dos grandes esforços para a igualdade de gênero nos últimos anos, se você andar em uma típica pré-escola americana, não conseguirá adivinhar quais crianças estarão escovando o cabelo da Barbie e qual estará batendo caminhões de brinquedo.

Brinquedos de menino contra brinquedos de menina: superando estereótipos

Você deveria se preocupar se o seu filho deseja ou brinca principalmente com brinquedos tipicamente associados com o seu gênero? Provavelmente não, mas incentive o jovem a brincar com uma variedade de brinquedos, incluindo aqueles geralmente ligados ao sexo oposto. Não é sobre os brinquedos em si, mas as habilidades subjacentes que ajudam as crianças pequenas. A brincadeira de fantasia associada com bonecas ajuda meninas a se tornar sofisticadas em habilidades utilizadas nas relações interpessoais, especialmente cuidado e empatia, mas elas raramente são tão reconhecidas quanto as habilidades matemáticas e visuais-espaciais aprendidas ao brincar com "brinquedos de menino", como blocos e carros. 

Fantasia versus realidade: o melhor de dois mundos na infância

Outra maneira em que cada brincadeira de criança se difere é se é baseada na realidade (como jogos de tabuleiro e esportes) ou fantasia (como brincar de casinha ou fingir viajar através do tempo e espaço). Geralmente, filhos mais velhos ou filhos únicos parecem fantasiar mais, talvez por passarem mais tempo sozinhos. Eles também são mais propensos a ter amigos imaginários.

Ter uma vida de fantasia ativa também parece ajudar a desenvolver, ou pelo menos refletir, habilidades intelectuais mais altas. Quando seu filho imagina que uma bola de golfe é um talismã mágico e decide o que fazer com ela (salvar a princesa? Lutar contra o dragão? Conjurar sundaes?), ele está usando fantasia para considerar as implicações de escolher diferentes opções. Fantasias também são uma excelente maneira para uma criança entrar em acordo com as coisas que a desafiam, assustam ou a confundem. Por exemplo, uma criança de três anos que está incomodada com o barulho feito por um caminhão grande pode dominar os seus medos fingindo que o bloco de madeira que ela está segurando na mão é um caminhão ainda maior e mais assustador. 

Brincadeiras com a realidade, por outro lado, podem ajudar uma criança a aprimorar suas importantes habilidades sociais. Um jogo de tabuleiro dá a uma criança em idade pré-escolar a prática de revezar. Atividades esportivas ensinam as noções básicas de trabalho em equipe e a compartilhar responsabilidades.

Adultos brincando 

O que você pode fazer para ajudar seu filho a experimentar novos tipos de jogos? A coisa mais simples é se envolver na brincadeira. Se você começar a brincar com uma casa de papelão, seu filho não será capaz de resistir. Quanto mais você tentar se envolver e brincar com o seu filho, mais você o entenderá e se conectará.

Brincar com alguém reforça laços afetivos, e quando um adulto se dispõe a brincar com as crianças, ele demonstra afeto e eleva o nível de interesse dos pequenos.

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